24 de out. de 2011

Fazendo um Difusor de CO2 caseiro


O CO2 é um gás que é absorvido pela planta, por via foliar, e serve para fornecer Carbono, que é um dos principais componentes dos vegetais. Na água ele promove uma acidificação maior ou menor,dependendo da dose fornecida. Na sua falta, principalmente as plantas essencialmente aquáticas, se em grande quantidade, passam a obtê-lo dos bicarbonatos em dissolução, provocando uma alcalinização da água, por liberação de ions hidroxila. Além do mais para que haja o crescimento, as plantas aquáticas necessitam realizar a fotossíntese, um processo que ocorre sob a ação da luz . Presumindo que exista um solo rico em nutrientes, luz suficiente e uma temperatura adequada o fator que limita normalmente o crescimento luxuriante é a falta em abundância do dióxido de carbono (CO2) dissolvido na água. No seu meio natural, as plantas encontram CO2 dissolvido na água dos rios e lagos, porém em aquários, a sua quantidade não é suficiente para a formação de vegetação luxuriante, o que sempre procuramos em um aquário plantado. A solução é aumentar esse nível de CO2 fornecendo artificialmente, o que basicamente é conseguido apenas pondo em contato esse gás com a água (difusão). Encontramos diversos sistemas de difusão à venda nas lojas de aquário, porém, devido ao alto custo, muitas vezes não estão ao alcance de muitos hobbystas. Existe uma solução caseira barata para o problema, que consiste em obter dióxido de carbono através da fermentação do açúcar dentro de uma garrafa o chamado injetor de gás carbônico caseiro. 
Vejamos através deste passo a passo como implementar um sistema eficiente de CO2 caseiro:
Material necessário: 
● 1 garrafa de refrigerente PET de 2,5 litros
● 1 garrafa de refrigerante PET de 1 litro
● 2 metros de mangueirinha do tipo usado em compressores de ar de aquário.
● 1 tubinho de cola acrílica do tipo "Super Bonder"
● 1 tesourinha de unha
● 1 tablete de 10g de fermento biológico fresco(*)
● 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
●  500g de açúcar branco cristal. 
(*) caso pretenda ter uma difusão menor e mais duradoura é preferivel usar 1 grama apenas de Fermento, pois a reação se inicia mais lenta demorando, mais tempo para consumir todo açucar, e evita que o pH se altere rapidamente. E para não variar muito os niveis de CO2 o melhor seria usar 2 garrafadas concomitantemente, mas preparadas com intervalo de 7a 10dias, assim quando uma está bombando a outra está iniciando a fermentação.
Veja no diagrama a seguir como funciona:
 
Devemos colocar numa jarra grande as 500g de açúcar,  10g de fermento e uma colher de chá de bicarbonato de sódio. Ponha então na jarra 2 litros de água morna e mexa vigorosamente até que tudo esteja misturado, inclusive o tablete de fermento que se dissolve melhor na água quando se aperta e esfrega entre os dedos. Essa mistura logo irá começar a liberar CO2 e deve ser colocada na garrafa PET de 2,5l. A segunda garrafa contem apenas água e serve para que caso haja algum acidente, a mistura fermentada não entre em contato com a água do aquário. Serve também para que se possa contar as bolhas e fazer um calculo da taxa de liberação de CO2. Para que haja a difusão, as bolhas do gás tem que ficar a maior quantidade de tempo possível em contato com a água. No caso do nosso difusor, aconselhamos utilizar uma pedra porosa que aumenta a área de contato do gás com a água, promovendo a máxima taxa de difusão. Podem ser usados também outros métodos de difusão, como por exemplo ligar-se a mangueira à entrada do filtro externo ou usando um difusor do tipo "zigue-zague" que aumenta o tempo de contato das bolhas com a água do aquário. 
COMO MONTAR O APARATO:
Material necessário:
-2 garrafas de refrigerante PET, sendo uma de 2,5l e uma de 1l.
-Mangueirinha
-Cola acrílica do tipo "Super Bonder"
-Tesourinha de unha
 
Deverá ser feito um furo em uma das tampas com a tesourinha de unha. Não retire a película de borracha que fica pelo lado de dentro da tampa, uma vez que sem ela o CO2 vazará e não conseguirá atingir a pressão necessária dentro da garrafa. Perfure a tampa e vá girando e introduzindo a tesourinha até que se faça um orifício em que a mangueirinha possa passar apertado.

  
Encaixe a mangueirinha 1cm através do furo e aplique a cola na junção da mangueira e a tampa. Faça o mesmo pelo lado de dentro da tampa.
 
Faça dois furos na outra tampa pelo mesmo processo anterior
  
Em um dos furos cole pelo mesmo processo anterior a mangueirinha que vem da outra tampa, só que dessa vez ao invés de introduzir a mangueira apenas 1cm, introduza cerca de 15cm. No outro furo deverá ser colada uma outra mangueirinha de uns 1,5m que será a mangueira que levará o CO2 para dentro do aquário. Cole pelo mesmo processo introduzindo a outra  mangueirinha, apenas 1cm. Abaixo veja como deverá ficar a "peça" após a colagem: 
  

Na ponta da mangueira que se dirige ao aquário coloque um daqueles registros de ar de mangueirinha para que possamos dosar a quantidade de CO2 que entra no aquário, dado que a pressão dentro da garrafa será muito maior nos primeiros dias, depois diminuindo e talvez precisemos controlar. Esse efeito que ocorre nos primeiros dias pode abaixar o Ph do aquário perigosamente, por isso colocamos as torneirinhas, para desprezar parte do CO2 que sai sob pressão da garrafa de acordo com a nossa vontade.
  

Veja o aspecto final da montagem já com o material para fermentação no interior da garrafa:
 
Existem diversos tipos de difusores úteis para aumentar o volume da difusão. O mais comum é que se conecte no final da mangueirinha uma pedra porosa. Pode-se utilizar também um difusor que se encontra em lojas do ramo, do tipo que faz um zigue-zague com as bolhas, para aumentar o tempo de contato das bolhas com a água (difusão) até que elas cheguem à superfície. 
 
Este sistema dura em torno de 3 semanas ocasião em que é necessário desprezar a solução antiga que terá um forte cheiro alcoólico e colocar uma solução nova. 
Devemos regular a freqüência com que sai o gás carbônico para que se atinja um nível entre 20 e 40 mg/l, suficiente para um um ótimo crescimento das plantas e seguro para os peixes que habitam o aquário. É possível saber a quanto anda essa concentração na água do aquário analisando-se a relação entre o valor da Dureza de carbonatos(dKH) e o Ph da água,  informações que podem ser facilmente obtidas através de testes encontrados em lojas de aquário. A tabela a seguir nos fornece essa relação:


Tomando como exemplo: se encontrarmos o Ph da água em 6,8 e ao medir a dureza de carbonatos(dKH) encontramos o valor 6, então pela tabela, a concentração de CO2 na água é de 27 mg/l, um valor que pode ser qualificado como ideal.